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domingo, 14 de fevereiro de 2010

A POPULAÇÃO DE SÃO LUÍS NÃO ACEITA O AUMENTO DE PASSAGEM

População rejeita aumento de passagem enviar imprimir
SÃO LUÍS - Passam dos 92% os ludovicenses que consideram injusto o aumento das tarifas dos ônibus urbanos em 14,47%; é de quase 70% a impressão de que as passagens, nos níveis atuais, já estão muito caras; em torno de 80% se queixam de que a elevação do custo do transporte vai comprometer o orçamento, e praticamente metade das pessoas admite que terá que diminuir suas idas e vindas. O fato é que caiu como uma bomba no colo do usuário a notícia de que a Justiça determinou um aumento linear de quase 15% no passe de ônibus, isso em tempos de salários congelados e de inflação anual na casa de um dígito.

Pesquisa Escutec/O Estado do Maranhão da semana ouviu 419 usuários do sistema de transporte coletivo urbano da capital maranhense, em diferentes pontos de fluxo da cidade, na quarta-feira passada. O ludovicense se revelou extremamente fragilizado, achando que a Prefeitura de São Luís deveria brigar na Justiça em defesa dos seus direitos, mas, ao mesmo tempo, vê “pouca firmeza” na autoridade municipal quando esta anuncia que vai à luta. Outra constatação é a de que todos viram a paralisação de advertência da semana passada, que durou seis horas, como um jogo de cena, a fim de criar ambiente para um aumento de tarifas.

Apenas 5,7% dos entrevistados consideram justo um aumento agora, de 14,47%, como determina a Justiça. 92,4% acham injusto esse nível de elevação e 1,9% não souberam opinar. Quanto às tarifas que ainda estão em vigor, 28,4% admitem que elas são justas, enquanto 68,7% dos usuários consideram-na “um pouco defasadas” ou “já são caras”, restando 2,9% dos que não têm opinião formada.

Orçamento

Os que afirmam que o orçamento pessoal ou familiar sofrerá um grande golpe chegam a 79,7%, mas, se levados em conta os que acham que, de alguma forma, as contas vão ficar mais apertadas, essa queixa se eleva a 97,1%, contra apenas 2,4% que desconsideram essa possibilidade.

Quando a pergunta é direta, sobre se com a nova tarifa o usuário vai ou não ter que diminuir suas idas e vindas, chega-se à conclusão de que metade dos ludovicenses acha que ficará mais em casa ou, de outra forma, procurará alternativas. Os que dizem que terão que circular menos somam 48,9% e os que acham que manterão a rotina, apesar do aperto no orçamento, somam 49,6%.

Praticamente 90% dos entrevistados são da opinião de que a Prefeitura deveria entrar na Justiça, até a última instância, para tentar barrar esse aumento, mas, ao mesmo tempo, 77,1% dizem não “sentir firmeza” quando se anuncia que a autoridade municipal comprará a briga contra os donos dos ônibus.

Outro sintoma de que o usuário vê o aumento como fato consumado é que 61,8% dos que responderam à pesquisa dizem que a greve de advertência da semana passada foi encenação, com o intuito de criar ambiente para a elevação das tarifas. Apenas 31,3% acham que a paralisação foi mesmo de iniciativa dos motoristas e que o fato de ela ter acontecido há poucos dias da decisão da Justiça foi pura coincidência.


Ônibus ruins

No calor da discussão sobre o aumento das tarifas, o ludovicense avalia como ruim o serviço prestado pelas empresas que detêm as linhas do transporte urbano da capital. A qualidade dos ônibus é ótima e boa apenas para 19,8% dos que opinaram, contra 47% dos que acham que é ruim e péssima. Um terço dos usuários dizem que os ônibus, pela sua conservação, higiene, superlotação e urbanidade dos motoristas, são apenas regulares.

O ludovicense ainda acha que os empresários dos transportes coletivos urbanos se esforçam muito pouco pela melhoria dos serviços. Também a autoridade municipal é vista como pouco atenta à questão. Os usuários consideram que os probelmas só crescem, na medida em que 43% avaliam que os ônibus estão a cada dia piores e metade disso acha que há alguma evolução no setor.
Jornal O Estado do Maranhão

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